O espetáculo se propunha a ser uma narrativa constituída por fragmentos de um discurso amoroso, a partir dos evangelhos sinóticos do Novo testamento, com o objetivo de “contar” a vida de Jesus numa abordagem que não pretende, em nenhum momento, reproduzir o que dizem Mateus, Marcos e Lucas. Na verdade, e de uma forma obsessiva, o espetáculo dá uma interpretação desses textos, no duplo sentido do termo: interpretação como realização cênica e também como exegese.
Em certas passagens o texto mostra Deus como sendo seu próprio interlocutor, Jesus se dirigirá a um espelho que nada reflete além daquilo que está na sua frente. Esta será uma maneira de humanizar Jesus, tornando, para o espectador, mais clara sua humanidade e também sua solidão. O texto, de autoria do próprio diretor, Luiz Otávio Barata, mistura passagens dos evangelhos do Novo testamento com textos de