FESTIVAL DE COMÉDIAS

No mês de Setembro do ano de 1977 o Grupo Cena aberta dava prosseguimento ao seu projeto de ocupação do Anfiteatro da Praça da República como forma de protestar pela falta de espaços adequados para a prática teatral local e estreava o espetáculo “Festival de Comédias” que apresentava dois espetáculos quase sem intervalo entre um e outro “O Novo Otelo” de Joaquim Manoel de Macedo e “O Inglês Maquinista” de Martins Penna, uma comédia de costumes que mereceu uma atenção toda especial não só por se tratar de um clássico do teatro brasileiro, como também por ter se revelado em um importante estudo de crítica social comparativa, cotejando duas épocas distantes de nossa história: o Império e os nossos dias, que retratam problemas idênticos e espelham uma situação de permanência. Com u grande elenco o grupo pretendia demonstrar para além da função primeira do espetáculo, que a classe artística teatral local poderia fazer uma composição de sua gente, não se dividindo em grupos estanques já que diversos atores e técnicos presentes nesses espetáculos eram participantes de outros grupos.

1- O NOVO OTELO de Joaquim Manoel de Macedo
Peça em um ato no qual contracenam 4 personagens e um cachorro chamado Querido. Este é a causa de todas as confusões, pois Querido é considerado um rival por Calisto, pretendente de uma das jovens, e ator num teatrinho de bairro, onde desempenha o papel de Otelo. 
2- O INGLÊS MAQUINISTA de Martins Pena 
A peça em um ato escrita em 1842 se passa numa família de classe média, durante o período da escravidão no Brasil. Dois pretendentes disputam a mão de Mariquinha, filha da viúva, o Inglês, um comerciante espertalhão e Negreiro um traficante de negros africanos, mas Mariquinha ama o primo pobretão. A peça critica através do riso, os costumes e problemas de uma sociedade frívola, corrupta e escravagista. Infelizmente a peça continua atual. 
LOCAL: Anfiteatro da Praça da República